De fé em fé, já nem sabes para quem te prostras
Reclinas em braços, confinas-te em abraços de quem não gostas
Fechas os olhos, vais na inercia e tomas as hóstias
Falas de mim, apontas o dedo e gastas palavras em vão
Escreves a tua tese mas nem sequer estudaste a lição
Da próxima vez que na tua audácia chamares-me camaleão
Olha-te ao espelho pois tens mil e um cores que nem sabes quais são
Se és tão irreverente mostra-me realmente
Que perante toda a gente não finges ser alguém diferente
Num discurso irrelevante, citação de um teatro demente
Tenta fazer-me frente
Há quem oculte o seu lado mais fecundo
Há quem prefira ficar na boca do mundo
Há quem demore uma vida a construir um império
Passível a ser destruído em apenas um segundo
Há quem lute só para obter respostas
Há quem simplesmente vire as costas
E não queira ver que as suas cordeadas
Têm direcções opostas
Julgas que possuis toda a razão
Então lê as partituras, ouve a canção
Vê as gravuras com atenção
E no final veremos quem é que vive numa ilusão
Sinceramente, sê transparente quando tentares fazer-me frente.
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