Eu era uma criança na época em que Jorge Cruz escreveu estas canções, ou seja, estou a ouvi-las pela primeira vez e não faço a menor ideia de como são as versões originais, no entanto sei que estas canções eram muito diferentes na sua versão original. É interessante ir ouvindo o disco e poder saber o contexto de cada canção, especialmente quando ouço a canção em que Jorge utiliza a cassete que a sua irmã enviou quando estava em Nova York. Uma das coisas de que gosto mais é o facto de existir neste disco vestígios de R&B e até consigo sentir aqui algum Hip Hop, mas eu também sempre achei piada de ver "brancos a brincar aos pretos", há imenso groove nas primeiras canções do disco, mas mesmo assim é algo muito caucasiano (não que isto seja uma característica negativa, pelo contrario). Antes de ouvir o este álbum, o meu iPod e o leitor de mp3 já tinham Entre Iguais, o primeiro single extraído do disco que descobri quando ouvia a antena 3 e nem conseguia perceber a letra devido às colunas más do rádio do escritório onde trabalhava, então as teclas e a guitarra eram pretexto suficiente para gostar muito da canção. Agora depois de ouvir o disco, sinto-me que o single engana bastante pois difere das restantes canções que são mesmo muito boas. Apesar disto tudo creio que o meu leitor de mp3 vai tocar este single muito mais vezes, pois é uma das canções que mais gosto no disco. Coloquei as minhas mãos na cabeça quando ouvi os "coros à Annie Lennox" da Exausto, e como isso não era o suficiente o refrão conquista-me logo, já para não falar da Africa que é sugerida pela bateria do David Pires. Todas as baladas são lições de como não cair no cliché ou na banalidade, há uma centena de características cativantes na produção para alem dos sintetizadores que "tresandam" a B Fachada, e é um disco que mantém-se interessante e agradável do começo ao fim. Eu posso ser suspeito por gostar imenso de beats e sintetizadores, mas acho que este é um disco bestial e recomendo a quem ainda não o escutou.
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